Autenticidade: por que é difícil desenvolvê-la e 7 características de pessoas autênticas

Tudo sobre autenticidade, de forma simples e inteligente, com exemplos práticos e dicas para desenvolver a sua

É natural termos dúvidas sobre como ser, agir e até nos posicionar em determinados ambientes. Você já se viu fazendo algo só porque outros estavam fazendo também? Já ficou em dúvida sobre sua autenticidade?

Entender sobre a autenticidade te ajuda a encontrar um caminho só seu, baseado nos seus próprios valores, crenças e desejos. Um caminho leve e genuíno. 

Nesse post eu vou te ensinar o que é de fato autenticidade, como a psicologia entende ela e também quais são os pontos de uma pessoa verdadeiramente autêntica. 

Então vem comigo e boa leitura!

O que é Autenticidade

Sabe quando você precisa ir no cartório autenticar um documento para que se prove a veracidade daquele papel? Pois é, na nossa vida pessoal é a mesma coisa. 

A autenticidade é caracterizada pela genuinidade e fidelidade à verdade. Para que uma pessoa seja autêntica, ela deve entender e agir de acordo com sua própria personalidade, valores e visão de mundo.

Além disso, a autenticidade também está ligada à nossa autoconfiança e autoestima. Alguém que não acredita em si, nas coisas que gosta ou que busca continuamente se encaixar em padrões sociais, acaba deixando de lado a habilidade de ser única(o).

Porque é tão difícil sermos autênticos?

Não basta apenas falar para si que “a partir de hoje, vou ser eu mesmo”. Ser autêntico exige uma boa dose de autoconhecimento, para que assim tenhamos auto aceitação e autoconfiança. 

Só é possível ser autêntico a partir do momento em que você passa a enxergar o real valor em ser a pessoa única que você é – ao invés de ficar se moldando para agradar os outros.

– “Mas, por que tentamos agradar aos outros?”

Pelo conflito interno que existe entre o que queremos e o que a sociedade espera de nós. Em outras palavras, pelo conflito entre nosso id e nosso ego.

Em 1923, Sigmund Freud (neurologista e psiquiatra austríaco, criador da psicanálise) publicou o livro “O Eu e o Id”. No livro, Freud introduziu o conceito das estruturas internas da psique: id, ego e superego.

O nosso id é caracterizado pelos impulsos mais primitivos: a libido, a fome, a agressividade, as paixões. É “uma partezinha” da psique que coloca os prazeres como prioridade.

O superego é a parte moral dentro de nós. Ela não nasce conosco, é aquela que absorve as regras da sociedade, as imposições, o senso de “certo” e “errado”. O superego cuida para que sejamos aceitos e tem como função “controlar os impulsos do id”.

O ego por sua vez é “você”. Ele é baseado na realidade e trabalha constantemente para que os desejos do id sejam satisfeitos de alguma forma, mas dentro das “regras” ditadas pelo superego. É o equilíbrio entre o impulso e a moralidade. 

O conflito: Autenticidade VS Estruturas da Psique

Nossa autenticidade é representada mais fielmente pelo nosso id, o lado mais impulsivo.

O id, muitas vezes, é caracterizado por ser até perigoso e inaceitável, afinal “não existe” moralidade ali. São os desejos mais crus e que, por sua vez, se muito reprimidos podem ser ‘sombrios’.

A pessoa que não demonstra ter opinião própria ou não consegue agir contra o que é socialmente aceitável, permanece a maior parte do tempo refém do superego. Ao permanecer numa posição “segura” e “aceitável”, constantemente abre mão dos seus desejos pela imposição do que a sociedade considera “certo” ou “adequado”.

Por isso o Ego de cada pessoa é a demonstração mais próxima de sua personalidade. O ego sabe filtrar a autenticidade do id e aplicar a moralidade imposta pelo superego, criando um equilíbrio.

O problema é que nem sempre queremos permanecer nesse equilíbrio imposto pelos outros

É importante se conhecer, sem máscaras e armaduras, para assim saber filtrar que tipos de influências você absorverá e como você irá influenciar os outros.

7 características de pessoas autênticas

Ficou claro que existem camadas muito profundas para atingir a autenticidade, não é? Mas existem sinais de que você pode, ou não, estar no caminho para ser a sua versão mais genuína.

Separei para você algumas características que pessoas autênticas possuem. Assim, você pode enxergar quais você possui, ou decidir se é o melhor momento para desenvolver algumas delas:

#1. Tomam decisões de forma assertiva e baseiam-se nas próprias expectativas e referências

Ter clareza sobre o que você gosta é tão importante quanto reconhecer o que você não gosta ou não quer repetir. Pessoas autênticas tomam decisões (ou fazem escolhas) com mais facilidade, objetividade e assertividade, de acordo com seus respectivos desejos.

Uma pessoa autêntica sabe o que deseja criar para o seu presente e futuro. Portanto, tenha em mente que seus planos devem basear-se em seus próprios gostos e expectativas, sem deixar que a sociedade – ou a própria família e amigos – tome decisões sobre você.

#2. Arriscam-se pelo que acreditam

Sair da zona de conforto nunca é algo gostoso e que ansiamos, mas ser autêntico(a) tem a ver com ser corajoso(a). É abraçar as próprias escolhas com firmeza, mesmo quando pode desagradar outras pessoas ou parecer algo “fora da curva”.

Brené Brown, pesquisadora norte-americana, passou anos estudando as relações entre vulnerabilidade e coragem. Em seu livro “A Coragem de Ser Imperfeito” ela mostra como abraçar essas habilidades fará com que o medo de sair da zona de conforto não seja um problema na sua vida. 

Temos um post inteirinho dedicado ao trabalho dela e à importância da vulnerabilidade para sermos corajosos. Não deixe de conferir o post e entenda como esse estudo esclarece a relação entre coragem, vulnerabilidade e autenticidade.

#3. Sabem ouvir e expressar opiniões

É de extrema importância saber filtrar as opiniões e seguir os próprios planos. Mas, acima de tudo, ser autêntico envolve ser respeitoso com o outro e estar aberto a críticas, feedbacks e opiniões externas.

Nada justifica grosserias, egoísmo e arrogância. Cada um está em busca do próprio caminho, e a autenticidade para um, pode não ter o mesmo significado para o outro. O importante é saber se expressar, e ouvir, com respeito.

#4. Possuem, ou buscam desenvolver, autoconhecimento 

A autenticidade não se desenvolve sem autoconhecimento. Entender o que é seu, e o que é fruto do meio ao qual você está inserido durante toda a sua vida, exige curiosidade e dedicação com a sua própria história e personalidade.

Portanto, vivenciar o processo de autodescoberta e estimular o autoconhecimento é determinante para entender se você está sendo realmente fiel à você ou ao que é imposto por pressão externa.

#5. Dizem a verdade – com respeito – e assumem as consequências

Já ouviu a expressão “João sem braço”? Usamos essa expressão quando falamos de pessoas que estão sempre “saindo de fininho em conflitos” ou que não possuem auto responsabilidade. São pessoas que, quando cobradas, sempre têm alguma resposta na ponta da língua para se justificar.

Ser autêntico(a) também implica em saber se impor, dizer o que precisa ser dito – com respeito sempre – e estar pronto para assumir qualquer responsabilidade vinda de suas decisões.

#6. Sabem filtrar opiniões 

Assim como saber o que não gostamos nos ajuda a tomar decisões, entender quais pessoas na sua vida realmente se conectam com os seus valores, irá te ajudar a filtrar opiniões externas.

Não busque aceitação e validação de alguém que você não gostaria de ser. Muito menos daquelas pessoas que não têm domínio da própria vida.

#7. Valorizam-se e se auto afirmam

Uma pessoa autêntica nada tem a ver com alguém egocêntrico e arrogante. No entanto, ela consegue constantemente enxergar o que é positivo na própria vida. 

Seja a partir do orgulho sobre sua própria trajetória ou até na maneira como conduz as relações pessoais, uma pessoa autêntica sabe como aproveitar o que tem de melhor.

Ser autêntico é estar bem com você, com a pessoa que você se tornou ou planeja ainda se tornar. É sobre não esperar validação de alguém a não ser de si mesmo. É assumir a responsabilidade sobre o próprio processo de evolução.

Vantagens de ser uma pessoa autêntica

A autenticidade se manifesta quando agimos de acordo com o nosso Eu mais verdadeiro. No entanto, segundo a professora Jennifer Beer, da Universidade do Texas, existem diferenças entre ser autêntico e sentir-se autêntico.

Até mesmo a autenticidade (seguir os próprios padrões e não aquele socialmente aceito) parece ter um padrão social.

É comum ouvirmos falar que uma pessoa autêntica, em tese, seria aquela pessoa extrovertida, espontânea e que se move quase que flutuando pela vida, atraindo a atenção de todos.  

Mas isso não necessariamente é verdade. 

Uma pessoa introspectiva, por exemplo, quando quieta em um jantar – mesmo sendo socialmente cobrada a interação entre os convidados – está sendo seu eu mais autêntico e respeitando sua própria personalidade.

Por isso, a maior de todas as vantagens na autenticidade é, realmente, respeitar-se e agir de acordo com sua essência, ao invés de submeter-se a estereótipos do que as pessoas popularmente acham que a autenticidade se resume.

A partir do autoconhecimento, adquirimos clareza do que representa autenticidade em nosso próprio contexto e de como agir dessa maneira. Em outras palavras, fica mais fácil cultivar habilidades que você considera positivas para a vida que você deseja viver.

Vantagens de trabalhar a sua autenticidade:

  • Você irá experienciar conexões verdadeiras com as pessoas à sua volta; 
  • Terá clareza sobre quais são as suas paixões e poderá se dedicar verdadeiramente à elas;
  • Não sentirá necessidade de receber uma validação externa, mas irá receber de pessoas que admiram o que você faz e quem você é; 
  • Terá mais tempo livre e saberá usá-lo para o que realmente lhe faz feliz;
  • Consequentemente terá muito avanço no seu crescimento pessoal;
  • Encontrará significado na sua jornada e na sua vida.

A autenticidade abre o caminho para que você tome decisões baseadas nos seus valores, criar seu próprio caminho, construa relacionamentos saudáveis e compartilhe experiências com pessoas alinhadas com a sua essência.

Parafraseando Oscar Wilde

Seja você mesmo; todos os outros já existem!” – original: “Be yourself; everyone else is already taken.”

Abrace seu poder de ser único

Vimos a importância de seguirmos nossos próprios desejos, planos e valores ao longo da nossa jornada pessoal.

Ser autêntico não só irá te tornar único(a), mas quando bem explorado também irá impedir que você viva uma vida incoerente consigo e que poderá, no futuro, resultar em diversos tipos de frustração.

Tenha sempre em mente que qualquer decisão de mudança que tomamos ao longo da vida exige tempo para que os resultados surjam. Para a autenticidade, não é diferente. 

Será necessário rever coisas que talvez já estavam “resolvidas” em você; abdicar de planos que antes pareciam fazer sentido e até mesmo, poderá notar pessoas importantes saindo da sua vida.

É natural que no processo de autoconhecimento, não só quando o tema é autenticidade, você note que algumas pessoas já não se alinham mais à sua essência. 

Isso pode parecer negativo no começo, mas quando pessoas “desalinhadas” se afastam, abre-se espaço para que novas pessoas alinhadas aos seus valores se aproximem.

A partir desse processo, sua rede de relacionamentos se torna muito mais agradável e condizente com a sua verdadeira forma de ser.

Se encontrar, ou se redefinir, é uma jornada longa, porém repleta de pequenas comemorações a cada passo que se dá em direção a autodescoberta.

Não existem fórmulas mágicas, apenas um processo de construção intenso e gratificante, e que pode contar com alguns bons atalhos através do autoconhecimento.

Como desenvolver a autenticidade?

Se você gosta desse tema e tem um grande desejo de iniciar essa jornada, te apresento algumas das ferramentas que considero como “atalhos” para desenvolver autenticidade:

1 – Cursos e imersões de autoconhecimento: são encontros com profissionais de desenvolvimento humano que conduzem a aplicação de dinâmicas e ferramentas de autodescoberta. Saiba mais clicando aqui.

2 – Mentorias individuais: são encontros particulares no qual um mentor personaliza a experiência de autodescoberta para a sua necessidade e suas dificuldades individuais. Mais informações, veja aqui.

3 – Ferramentas de desenvolvimento pessoal: ferramentas práticas e gratuitas que guiam você por esse processo, porém sem orientação profissional. São uma boa alternativa para iniciar o processo se você não está pronto para investir financeiramente. Acesse algumas delas nossa página de materiais gratuitos.

Se optar por ferramentas gratuitas, vou recomendar que você comece com a Janela de Johari. Preparamos um post completo sobre como aplicá-la com um passo a passo bem detalhado. Boa leitura!

Eu sou a Jana e todo mês publico um novo conteúdo no Blog da Protagonize! Acompanhe o meu trabalho clicando aqui!

Obrigada pela companhia, e até a próxima leitura! 🙂

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Janaina Lodi

Curiosa, amante da psicologia, do marketing de conteúdo e sempre buscando formas de ajudar as pessoas. Sendo a Gestora de Conteúdos da Protagonize, tenho a oportunidade de transformar esses conhecimentos e curiosidades em ferramentas de auxílio no desenvolvimento pessoal do outro e também cresço e aprendo junto a cada trabalho.