Janela de Johari – O que é, como funciona e como aplicá-la com exemplos e dicas

Tudo o que você precisa saber sobre a Janela de Johari em um único post com exemplos práticos e dicas importantes para aplicá-la! 

Você já deve ter ouvido falar que comunicação é um problema crônico, sem fim! Agora imagine se você conseguisse acabar com esse problema entre as pessoas ou até entre equipes? A Janela de Johari consegue mudar positivamente a forma como as pessoas se relacionam!

Neste artigo, você irá aprender tudo sobre a Janela de Johari – como surgiu, como funciona e exemplos práticos.

Nesta leitura de 6 minutos você aprenderá tudo que precisa saber sobre essa ferramenta. Mas, se preferir, você pode ir direto ao ponto, na informação que você precisa saber:

  • O que é a Janela de Johari
  • Como funciona
  • Da aplicação à análise
  • Exemplos práticos de aplicação
  • Dicas para aproveitar a Janela de Johari

Boa leitura!

O que é a Janela de Johari?

A Janela de Johari é uma ferramenta de autoconhecimento desenvolvida por Joseph Luft e Harrington Ingham, em 1955. O fato da ferramenta se chamar Johari, vem da junção das sílabas iniciais dos nomes dos pesquisadores: “Jo + Hari”.

O objetivo da Janela de Johari é ajudar a compreender melhor a comunicação entre relacionamentos interpessoais. Por isso a ferramenta pode ser aplicada entre:

  • duas pessoas;
  • uma pessoa;
  • um grupo; ou entre,
  • dois grupos.

A Janela de Johari é excepcional para analisar tanto relacionamentos pessoais quanto profissionais. No meio empresarial, ela pode ser aplicada com o objetivo de analisar o relacionamento entre os times, trazendo melhorias para a comunicação e os resultados corporativos.

Janela de Johari - Protagonize Cursos

Como funciona a Janela de Johari?

Joseph e Harrington desenvolveram a ferramenta com um objetivo: melhorar a compreensão de relacionamentos interpessoais. Em outras palavras, a Janela de Johari traz uma fotografia de tudo o que uma pessoa ou grupo sabe, ou não sabe, sobre o outro.

A Janela de Johari é formada por quatro quadrantes. Cada quadrante concentra diferentes informações sobre a pessoa ou grupo analisado. Essas informações são distribuídas de acordo com o grau de lucidez da relação interpessoal.

Eu aberto (1º Quadrante)

Também chamada de “zona aberta”, essa área reúne todo o conhecimento listado pelo(s) outro(s) e que a parte analisada também conhece. Ou seja, quanto mais informações estão na zona aberta, mais aberta é a comunicação entre as partes e mais autêntica é a relação.

Por exemplo: se listaram que você é uma pessoa engraçada e divertida, mas você já sabia dessas características suas, pode colocá-las no 1º quadrante. Caso essa característica fosse desconhecida para você ficaria no quadrante Eu Cego.

Eu cego (2º Quadrante)

No quadrante “Eu cego”, concentra-se todo o conhecimento detido apenas pelos outros. Ou seja, características da qual a parte analisada não tinha conhecimento de que comunicava. Quanto mais características estão neste quadrante, menor é o grau de autoconhecimento da pessoa ou grupo analisado.

Importante! Para todo o conhecimento listado nesse quadrante, deve-se refletir sobre a coerência das informações. Em outras palavras, pergunte-se:

  • “Será que eu realmente possuo essas características?”
  • “Eu me aproprio dessas informações ou desconsidero?”
  • “Ou será que elas foram comunicadas num contexto pontual, que não condiz comigo?”

Por exemplo: se você não sabia que os outros enxergam você como uma pessoa sensível, coloque esta informação no quadrante Eu Cego da Janela de Johari. A partir disso, reflita se você se apropria dessa característica (se você é de fato sensível) ou se foi uma informação comunicada num contexto específico que não condiz com sua personalidade.

Eu oculto (3º Quadrante)

A “zona oculta” reúne todo o conhecimento apenas da parte analisada. Ou seja, essas informações não são comunicadas para o(s) outro(s). Quanto mais informações da Janela de Johari estão concentradas neste quadrante, mais fechada é a comunicação e relação entre as partes.

Importante! Assim como no quadrante “Eu Cego”, deve-se refletir sobre cada informação listada neste quadrante. Ou seja:

  • “Será que eu escondo essas informações?”
  • “Será que eu preciso comunicar mais esta característica?”
  • “É algo que tenho dificuldades em falar sobre? Ou simplesmente não tive a oportunidade de comunicar.”

Por exemplo: se você gosta muito de dançar, mas ninguém sabe sobre essa característica, coloque-a no quadrante “eu oculto” e reflita sobre. Será que você tem vergonha disso? Será que está escondendo? Ou simplesmente não teve a oportunidade de deixar com que a outra parte tenha conhecimento.

Eu Desconhecido (4º Quadrante)

A “zona desconhecida” é uma representação de todas as características que existem (ou virão a existir) na pessoa ou grupo analisado, mas que ainda não são conhecidas por nenhuma das partes.

Essa área permanece vazia, apenas como representação de que novas informações podem surgir em uma análise futura.

Por exemplo: você pode ter boas habilidades de liderança, mas ainda não percebeu. Da mesma forma, outras pessoas podem não conhecer essas suas características. Num momento futuro, podem surgir oportunidades para demonstrar essa característica.

Da aplicação à análise

Para aplicar a Janela de Johari, reúna as pessoas envolvidas e peça para que listem todas as características da parte a ser analisada. Recomenda-se um período de pelo menos 15 minutos para o preenchimento, podendo variar conforme a complexidade do grupo.

Reúna as respostas e entregue-as para a pessoa ou grupo analisado. Explique cada um dos quatro quadrantes e peça para que categorize cada característica ou informação listada.

Com a Janela de Johari totalmente preenchida, reserve pelo menos 15 minutos para a etapa de análise. Instigue a pessoa ou grupo a refletir sobre cada um dos campos, em especial a zona cega e zona oculta, que costumam ser as mais surpreendentes.

Ao passo que cada informação é analisada, faça uma pausa para reflexão. Avalie se alguma atitude deve ser tomada para melhorar o relacionamento interpessoal entre as partes analisadas. Nesse sentido, o trabalho em equipe funciona muito bem neste momento.

Agora, repita o processo invertendo a parte que preenche as características e a parte que é analisada. Ao final da atividade, estará claro quais são os pontos de melhoria na comunicação entre as pessoas ou grupos e será fácil de tomar decisões positivas e assertivas.

Muita informação? Vamos ver em um exemplo prático:

Exemplo Prático – Dupla de trabalho

Imagine que faremos a análise de como a “Ana” se comunica com sua colega de trabalho Maria. Para começar a análise, pedimos que Maria liste todas as principais características que ela enxerga em Ana (pontos positivos, pontos negativos).

Entregamos à Ana todas as respostas para que ela possa analisar cada característica e distribuí-las nos respectivos quadrantes. Ficou assim:

Janela de Johari - Exemplo da Ana e Maria - Protagonize Cursos

Todas as características já conhecidas por Ana ficaram concentradas no quadrante Eu Aberto. Quanto mais características estão no 1º quadrante, mais aberta e sincera é a comunicação entre ambas as partes.

Podemos ver que Ana e Maria se conhecem muito bem, já que a maioria das respostas estão neste campo.

Ana concentrou todas as características que não tinha conhecimento no quadrante 2º Quadrante. Dessa forma, quanto mais características estão nesse quadrante, menor é o grau de autoconhecimento da Ana sobre sua personalidade.

É possível perceber que Ana não estava ciente de que demonstrava ser uma pessoa carinhosa, o que é algo positivo, porém também sensível à críticas, pouco criativa e que não sabia dizer não.

Por fim, a Ana adicionou novas características suas que conhece, mas que a Maria não listou no 3º quadrante: visionária, inquieta e insegura. Dessa forma, quanto mais restrita é a comunicação entre elas, mais informações são adicionadas na zona oculta.

A partir desta análise, Ana pôde perceber de que forma de comunicava e relacionava com Maria, ao longo da sua jornada de trabalho. Ana passou a esforçar-se mais em suas próprias entregas, pensando duas vezes antes de aceitar qualquer pedido.

Além disso, Ana também percebeu que guardava suas ideias visionárias para si, e talvez por isso comunicava-se como uma pessoa pouco criativa. Procurou enxergar as críticas que recebia como algo positivo, ao invés de transformá-las em inseguranças profissionais.

Conseguiu enxergar o potencial desta ferramenta?

4 Dicas para aplicar a Janela de Johari

Dica 1. Utilize um critério por vez

É importante escolher critérios para balizar o preenchimento da Janela de Johari.

Por exemplo, peça para que façam uma lista apenas das características positivas e negativas; sobre a qualidade das entregas; ou, sobre a capacidade de liderança; etc… mas lembre-se: um critério de cada vez.

Dica 2. Formas de preenchimento.

Se a aplicação for realizada em grandes grupos, você pode contar com uma ferramenta de formulários online:

  • google forms;
  • microsoft formulários;
  • etc.

As ferramentas facilitam a aplicação da Janela e a análise das respostas.

Dica 3. Anonimato no preenchimento

Essa dica é essencial para garantir uma coleta de informações mais realista. Afinal, manter o anonimato dos participantes contribui para a qualidade das respostas, além de evitar quaisquer medos, por parte dos participantes ou eventuais conflitos.

Dica 4. Aplique em todos os envolvidos

Certifique-se de não deixar nenhuma das pessoas envolvidas de fora.

Para um bom resultado, a percepção de todo o grupo é essencial. Dessa forma é possível trazer consistência nas respostas e na análise final da ferramenta.

Curtiu conhecer a Janela de Johari?

Agora imagine as diferentes aplicações que podemos fazer: como seria uma Janela de Johari entre você e seus amigos? Entre você e sua família? Entre você e seu cônjuge? Ou até entre sua empresa e seus clientes?

Se a curiosidade bateu, te convido a experimentar nossa versão para download da Janela de Johari e curtir outros conteúdos da nossa seção de materiais gratuitos!

Obrigado pela companhia e te vejo no próximo post! 🙂


Autor Rafael Arnold Freccia - Protagonize Cursos

Sobre o Autor

Rafael Freccia – Fundador da Protagonize Cursos

Além de fundador da Protagonize, sou também mentor de Autoconhecimento e Oratória. Escrevo para ajudar os inquietos a aumentarem seus resultados pessoais e profissionais de forma leve!

Você pode acompanhar minhas dicas e conteúdos aqui pelo blog ou direto pelo Instagram da Protagonize (@protagonizecursos) ou pelo meu Instagram pessoal (@rafaelfreccia)!